O 1º Sarau Cultural de Marau, organizado pela Associação Cultural Afro-Umbandista Ilê Iansã e Oxalá (ACAIIO) na Semana da Consciência Negra, marcou um importante momento de mobilização social e valorização da identidade negra no município. O evento contou com a participação ativa da FABE-Marau, que levou professores e acadêmicos para contribuir com reflexões fundamentais sobre racismo, desigualdade e direitos.
Na roda de conversa “Vivências e Relatos de Pessoas Negras no Brasil”, o Prof. Me. Gustavo Polis, coordenador do Curso de Direito, apresentou uma análise histórica da legislação e das práticas discriminatórias que moldaram e ainda influenciam a sociedade brasileira. Já o Prof. Me. Vitor Paulo Machado compartilhou experiências pessoais que revelam a persistência do preconceito, mostrando como o racismo se manifesta de forma velada e institucional.
O historiador Prof. Me. Jonas Balbinot aprofundou o debate ao abordar a escravidão, o pós-abolição e seus impactos duradouros, destacando a desumanização vivida pelo povo negro e a falsa narrativa da igualdade racial no Brasil. Ele ressaltou que, embora os avanços sejam reais, ainda são lentos diante da estrutura de desigualdades enraizadas.
O evento também abriu espaço para relatos da haitiana Eugenie Augustin Casseus, acadêmica da FABE, que relatou situações de preconceito enfrentadas por ela e seus filhos em Marau. Sua filha, Any, compartilhou seus sentimentos, reforçando a urgência de debates como esse. Acadêmicas de Pedagogia da FABE atuaram como assistentes na organização.
A participação do Diretor da FABE, Prof. Me. Cassiano Alberto Pertile, reafirmou o compromisso institucional em promover a justiça social, o respeito às diversidades e a formação cidadã. O sarau consolidou-se como um espaço de escuta, acolhimento e conscientização, reforçando a importância de ações que valorizem a luta antirracista e a memória de Zumbi dos Palmares.
