FILOSOFIA E EDUCAÇÃO:

DIÁLOGO ENTRE HEGEL E PAULO FREIRE

Resumo

Dentro do contexto dos 200 anos de publicação da Ciência da Lógica, de G.W.F. Hegel, o artigo propõe explicitar os componentes da filosofia hegeliana que estruturam a Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. A estrutura e a concepção dialética da Filosofia da Educação freireana inspiram-se em aspectos estruturantes da filosofia hegeliana distribuídas em várias obras. O texto que segue tem como objetivo derivar o modelo da educação bancária criticado por Paulo Freire e baseado em relações sociais de dominação da “Dialética do Senhor e do Escravo” exposta por Hegel no começo da Fenomenologia do Espírito. Na mesma perspectiva, a proposta freireana de intersubjetividade na educação emana do conceito hegeliano de reconhecimento. A concepção dialética de conhecimento que integra os polos da subjetividade e da objetividade em sempre novos níveis de efetivação e a visão de verdadeiro como um todo evidenciam a vertente epistemológica do conhecimento que liga Freire a Hegel. A concepção de História na relação entre a efetividade histórica e a derivação do conhecimento aproxima os dois pensadores na perspectiva da Filosofia da História.